A COPA DO MUNDO: UM MOMENTO DE REFLEXÃO
Texto para o trabalho do 8*A
Copa do Mundo
Matemática e Educação Física
Professores: Samuel e Antônio
Trabalho feito em grupo. Cada grupo ficou responsável por três países
Fazendo sobre a história de cada país, as passagens destes países nas copas, gráficos estatísticos das seleções nas copas e a cultura de cada país.
Culminando em um lanche com alimentos típicos de cada país e momento de partilha dos grupos
Ação conjunta da disciplina Matemática e Educação Física
Tendo como foco os dados Matemáticos
A COPA DO MUNDO: UM MOMENTO DE REFLEXÃO
Dimas Enéas Soares Ferreira*
O clima de copa do mundo já contagia os brasileiros. Durante
a competição mais glamourosa do planeta, todos se transformam em técnicos de
futebol. Esquemas, táticas de jogo, escalações, resultados e muitos outros
assuntos “futebolísticos” substituem as discussões sobre as eleições de outubro
ou sobre a crise econômica na qual o Brasil está afundado até o pescoço. Os
“Ronaldinhos” tornaram-se os verdadeiros super-heróis tupiniquins capazes de
nos defender na grande batalha que ocorre nas terras do Sol nascente. Enfim “é
a pátria de chuteiras”.
São 32 países disputando o título de Campeão Mundial de
futebol profissional, passaporte para o reconhecimento internacional.
Entretanto, um detalhe passa despercebido a quase todas as pessoas. Lá estarão
países de todos os continentes, com realidades econômicas, políticas, sociais e
culturais tão diversas quanto uma verdadeira colcha de retalhos. Alguns desses
países são ricos e desenvolvidos, com altíssimo padrão de vida, como a maioria
dos europeus (França, Dinamarca, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Suécia, Itália
e Bélgica), além dos EUA e do Japão. Outro grupo de países é formado pelos
chamados emergentes (ou subdesenvolvidos) como Brasil, México, Argentina,
China, África do Sul, Polônia, Arábia Saudita, Turquia e Rússia. Também estarão
por lá aqueles que, por estarem envolvidos em processos recentes de crescimento
econômico e desenvolvimento social, se classificam como desenvolvidos, mas que
não podem ainda ser chamados de ricos como Portugal, Coréia do Sul, Eslovênia e
Irlanda. E, por fim, aqueles que se situam no grupo dos não industrializados e
atrasados como Senegal, Camarões, Paraguai, Costa Rica, Nigéria, Equador,
Croácia e Tunísia.
A distância das condições materiais entre eles é gigantesca.
Desde o mais rico do mundo, EUA, com um PIB de 7,5 trilhões U$ e renda per
capita de 25.000 U$/habitante/ano, até um dos mais pobres e atrasados como o
Senegal, com um PIB de seis bilhões U$ e uma renda per capita de 757
U$/habitante/ano. Se por um lado estão presentes países de ponta na pesquisa
científica como Japão, França e Alemanha, por outro, estão países que ainda
vivem quase que na “idade da pedra” como Camarões, Nigéria, Equador e Tunísia.
São diferenças que não são explicitadas quando suas equipes entram em campo para
jogar, aliás, essas distâncias econômicas, sociais e tecnológicas não contam. O
resultado muitas vezes é favorável aos mais pobres e atrasados, um exemplo
disso seria um jogo entre EUA e Camarões. Dá até para imaginar a goleada que os
gringos tomariam dos “leões indomáveis” da África que jogam um futebol moderno,
buscando os gols o tempo todo.
O grupo dos países chamados emergentes é mais homogêneo do
ponto de vista econômico e social, porém possuem contrastes políticos e
culturais enormes. O PIB e a renda per capita de países como o Brasil (750
bilhões U$; 4.500 U$/hab./ano), México (350 bilhões U$; 4.000 U$/hab./ano),
Argentina (200 bilhões U$; 6.000 U$/hab./ano), China (um trilhão U$; 769
U$/hab./ano), África do Sul (150 bilhões de U$; 3.650 U$/hab./ano), Polônia
(100 bilhões U$; 2.630 U$/hab./ano), Arábia Saudita (150 bilhões U$; 8.800
U$/hab./ano), Turquia (130 bilhões U$; 2.150 U$/hab./ano) e Rússia (450 bilhões
U$; 3.000 U$/hab./ano) se aproximam muito, mas cada um possui seus problemas
políticos para enfrentar, como o Brasil que apresenta uma das piores
distribuições de renda e terra do mundo e uma elite muito pouco afeita a
mudanças, mas prestes a ver a esquerda ganhar as eleições, fato inédito na
nossa recente democracia. O México sofre com a grande proximidade dos EUA e, consequentemente,
com uma histórica dependência econômica e política da maior nação do planeta.
Por lá os ventos de mudança começaram a soprar desde que o PRI (Partido
Revolucionário Institucional) foi desalojado do poder após mais de 90 anos de
hegemonia. Seu atual Presidente da República, Vicente Fox representa os
interesses de uma nova classe média, disposta a defender seus recentes ganhos
de capital, principalmente após a criação da NAFTA (North América Free Trade
Agreement). A Argentina vem passando pela pior crise econômica e política da
sua história, sendo que vivencia um processo acelerado de pauperização de seu
povo, outrora orgulhoso das condições sociais existentes. Os peronistas
deixaram uma verdadeira “bomba-relógio” nas mãos dos Justicialistas. O período
de governo de Carlos Meném foi marcado pela implementação de um projeto de
reforma do Estado, sob a égide do neoliberalismo. Assim, com a promoção de uma
ampla política de abertura econômica e comercial, de privatizações e de uma
suicida política de Câmbio Fixo, foi à bancarrota, sendo que o FMI (Fundo
Monetário Internacional), que é controlado pelo governo dos EUA, não tem se
mostrado disposto a socorrê-los, já que isso significaria salvar o MERCOSUL e
dificultaria o avanço do rolo compressor chamado ALCA (Área de Livre Comércio
das Américas). A China é o país que mais cresce na economia mundial. Desde
finais dos anos 1980 vem implementando uma política de abertura econômica
visando se inserir na globalização, mas com a preocupação de manter sua
independência e seu regime “comunista”, na realidade foi criado um sistema
econômico híbrido, que mescla as vantagens do mercado livre com a segurança da
intervenção estatal, como uma espécie de “socialismo de mercado” ou “mercado socialista”.
Os episódios ocorridos na Praça da Paz Celestial no final dos anos 1980 abriram
os olhos do governo chinês que, preocupado em manter o controle político sobre
uma população de 1,3 bilhão de habitantes, resolveu avançar nas reformas
econômicas para que pudessem oferecer ao seu povo um mercado moderno e
preparado para a concorrência global dos tempos atuais. A África do Sul,
conhecida pelo Apartheid (já abolido) vem se reconstruindo politicamente, tanto
sob o ponto de vista interno, com maior participação da maioria negra, como do
ponto de vista externo, com uma maior inserção na comunidade internacional. Sua
posição geográfica ao sul do continente africano, entre os oceanos…